sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O petróleo e a agressão ao meio ambiente



A utilização do petróleo traz grandes riscos para o meio ambiente desde o processo de extração, transporte, refino, até o consumo, com a produção de gases que poluem a atmosfera. Os piores danos acontecem durante o transporte de combustível, com vazamentos em grande escala de oleodutos e navios petroleiros.

No Brasil, os piores acidentes aconteceram em oleodutos da Petrobras, na Baía de Guanabara e no Paraná. Para enfrentar os riscos ambientais a Petrobras criou o Programa Pégaso e várias universidades brasileiras desenvolvem pesquisas para criar formas eficientes para a limpeza de áreas degradadas.

O mais recente vazamento de petróleo com graves conseqüências ambientais aconteceu no final de novembro, com o afundamento de um petroleiro na costa da Espanha que transportava 77 mil toneladas de óleo combustível. O acidente pode se tornar uma das maiores catástrofes ambientais da história causadas por vazamento de óleo. O navio Prestige, das Bahamas, afundou no dia 19 de novembro a 250 quilômetros da região da Galícia. O vazamento de óleo já atingiu as praias e as encostas da Espanha. Segundo as organizações ambientais, entre 10 a 15 mil pássaros foram afetados.

Em termos de catástrofe ambiental, um dos maiores acidentes aconteceu com o petroleiro Exxon-Valdez em 1989, quando o vazamento destruiu parte da fauna da costa do Alasca.

Para o Greenpeace, o uso de combustíveis fósseis não renováveis sempre oferecerá riscos para a natureza, como afirma John Butcher, da Campanha de Substâncias Tóxicas do Greenpeace brasileiro. "O problema é muito maior, a questão para evitar acidentes não se resume à manutenção e fiscalização. Sempre haverá um risco contínuo com esses tanques enormes. O problema é a matriz energética e o Greenpeace defende a substituição e a eliminação gradual dos combustíveis fósseis por fontes renováveis alternativas como a energia eólica, solar e a energia das marés", diz Butcher.

Para minimizar os efeitos dos acidentes e vazamentos, existem várias iniciativas governamentais no Brasil. A principal delas é a Recupetro (Rede Cooperativa em Recuperação de Áreas Contaminadas por Atividades Petrolíferas). Com a coordenação do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Recupetro reúne 13 Redes Cooperativas de Pesquisa do Setor de Petróleo e Gás Natural nas Regiões Norte e Nordeste financiadas pelo CT-Petro (veja texto), CNPq e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Ao todo, são 226 pesquisadores e cerca de 2,2 mil participantes indiretos, a maioria atuando em universidades federais. A Recupetro começou a se formar após o edital da Finep, em julho de 2001, convocando grupos para a formação da rede. Os trabalhos de pesquisa começaram em setembro.

O objetivo é contribuir com avanços tecnológicos para auxiliar nos impactos ambientais causados pela atividade da indústria petrolífera. Além disso, a rede se propõe a realizar a formação e capacitação de recursos humanos especializados para gerenciar os problemas do meio ambiente causados pelas atividades de exploração, produção, refino e transporte de petróleo e seus derivados nas regiões do país onde acontecem estas atividades.

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