Estudantes enfurnados em bibliotecas ou passando noites em claro estudando para provas sempre puderam confiar em estimulantes como o café e a coca-cola (ou pior, café com coca-cola). Ao longo das últimas décadas, no entanto, surgiram medicamentos como Ritalina, Concerta, Atomoxetina e Modafinil indicados para portadores do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) que ajudam a reduzir a hiperatividade e impulsividade e melhorar a atenção em toda e qualquer atividade mental.
Recentemente, cientistas descobriram que tais medicamentos podem melhorar o aprendizado mesmo em indivíduos que não sofrem com o TDAH.
Um estudo experimental publicado na prestigiosa revista Nature Neuroscience, revela que o metilfenidato (sal presente em medicamentos como Ritalina e Concerta), estimula a atenção e aumenta a velocidade do aprendizado, potencializando a atividade do neurotransmissor dopamina. O estudo também identificou novos receptores de dopamina, um que auxilia determinados tipos de atenção e outro que melhora a prontidão para aprender.
No estudo, os cientistas observaram que as cobaias que receberam metilfenidato aprenderam mais rápido que aqueles que não receberam. A cobais com maior atividade de dopamina (potencializada pelo metilfenidato) entenderam mais rapidamente que uma luz acendendo seguida de um som queria dizer que seriam alimentados. Porém, quando os cientistas usaram drogas para bloquear os receptores de dopamina (do tipo D1) no cérebro das cobaias, constataram que o metilfenidato não interferia na velocidade do aprendizado. Quando um outro receptor, denominado D2, era bloqueado, o metilfenidato também falhou em estimular a atenção. Os cientistas concluíram que os dois receptores possuem uma função distinta na melhora da atividade cognitiva em resposta ao metilfenidato.
Antonello Bonci, coordenador do estudo, comentou: “agora que sabemos que o metilfenidato melhora o funcionamento cognitivo através de dois tipos específicos de receptores, temos a chance de desenvolver medicamentos destinados a aumentar a atenção e o aprendizado de forma mais específica e com menos efeitos colaterais”. Os pesquisadores constataram também que o metilfenidato fortaleceu as conexões entre as células nervosas de uma região do cérebro chamada amígdala que possui uma importante função no aprendizado e na memória. Conexões fortalecidas aumentam a eficiência das transmissões neurais permitindo assim um aprendizado mais veloz.
Esses resultados vieram à publico em um momento quando médicos estão dando uma atenção maior à tendência de uso de medicamentos para melhorar o desempenho da inteligência, as chamadas drogas da inteligência. No entanto, os médicos alertam que medicamentos como a Ritalina, Concerta e Modafinil, inadvertidamente utilizados com o propósito de “bombar” o cérebro, podem provocar riscos sem uma avaliação médica prévia.
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