sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Concreto verde



  Fazer cimento para concreto exige aquecer carbonato de cálcio pulverizado, areia, argila a mais de 1.450 °C com queima de combustível, atividade que libera dióxido de carbono, um dos elementos responsáveis pelo aquecimento da Terra. Os 2,8 bilhões de toneladas de cimento produzidos em 2009 no mundo causaram 5% das emissões do gás. Nikolaos Vlasopoulos, chefe da empresa londrina Novacem, quer produzir um material que absorva mais CO2 do que foi emitido em sua fabricação.

Ele misturou óxido de magnésio à formula e descobriu que ele reage com o CO2 da atmosfera para gerar carbonatos e - o melhor - deixa a mistura do cimentos mais resistente enquanto captura o gás. O pesquisador atualmente trabalha no refinamento da receita. Mais empresas procuram criar cimento com o mesmo conceito. 

Já no Brasil as cinzas do bagaço de cana, da casca de arroz e os resíduos da indústria cerâmica são candidatos para entrar na preparação do concreto e diminuir a presença do cimento na elaboração do concreto.
Esses materiais são de difícil descarte e reutilização, contribuem para a diminuição da emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
A indústria brasileira de cerâmica produz cerca de 5 a 6 milhões de t de resíduos na produção de telhas, tijolos e pisos que depois de moído, pode substituir até 20% do total de cimento.
A incorporação dos resíduos ainda não tem perspectivas de ser absorvida pela indústria cimenteira, mas  a indústria francesa já introduziu na fabricação do cimento, as cinzas das centrais termelétricas e as escórias provenientes de usinas siderúrgicas.

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