domingo, 20 de novembro de 2011

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Brasil instalará laboratório autônomo na Antártica



Criosfera 1
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está em fase final de preparação de um laboratório único, que será levado para o interior da Antártica.
Batizado de Criosfera 1, o módulo em forma de contêiner será um laboratório completo, isolado termicamente e capaz de funcionar de forma autônoma no ambiente inóspito da Antártica.
Ele será o primeiro laboratório desse tipo instalado no interior antártico, capaz de funcionar 24 horas por dia, sem a necessidade de técnicos acompanhando as operações.
Os dados coletados serão enviados para os cientistas no Brasil, via satélite.
Laboratório sustentável
Dotado de painéis solares e geradores eólicos, o Criosfera 1 é catalogado como sustentável por não utilizar combustível fóssil para seu funcionamento.
O Criosfera 1 irá coletar dados meteorológicos, como velocidade dos ventos e temperatura, e realizar medições da composição química da atmosfera da região.
Durante o primeiro ano de funcionamento do módulo, os cientistas brasileiros vão investigar as consequências climáticas da redução da camada de ozônio sobre o Pólo Sul e o transporte atmosférico de poluentes para o ar da região.
Os resultados obtidos pelo Criosfera irão se somar às pesquisas realizadas na estação antártica brasileira Comandante Ferraz, localizada a 62° de latitude sul, na borda do continente.
Quase no Pólo Sul
A instalação dos sistemas de energia e equipamentos, um trabalho que será concluído até o final de setembro, está sendo feito em São José dos Campos (SP).
"Estes equipamentos estão sendo desenvolvidos, integrados e testados aqui no INPE. Também faremos a adaptação dos sistemas para facilitar a logística na instalação do módulo no continente antártico e outros serviços para favorecer o trabalho e a convivência dos pesquisadores no período que irão permanecer no local", explica Marcelo Sampaio, pesquisador do INPE que acompanhará a instalação do módulo na Antártica, prevista para dezembro.
A seguir, o Criosfera 1 seguirá para Porto Alegre, de onde iniciará a viagem para a latitude 85°S, a cerca de 500 quilômetros do Pólo Sul geográfico.

NASA anuncia descoberta de Grandes Lagos em lua de Júpiter



Grandes Lagos em Europa
Analisando dados da sonda espacial Galileo, da NASA, cientistas acreditam ter encontrado fortes indícios daquilo que parece ser água líquida em Europa, uma das luas de Júpiter.
O "corpo de água em estado líquido" tem o mesmo volume dos Grandes Lagos, localizados na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá, que têm uma superfície de 244.000 quilômetros quadrados (km2) - o lago da represa de Itaipu tem 1.350 km2 .
Usando informações do estudo das camadas de gelo da Terra, os cientistas sugerem que há "uma troca" entre a camada de gelo de Europa e essa porção de água líquida.
Segundo a NASA, "esta informação reforça os argumentos de que o oceano global abaixo da superfície de Europa representa um habitat potencial para a vida em outro ponto do nosso Sistema Solar."
Oceano submerso
A sonda espacial Galileo foi lançada em 1989, a bordo do ônibus espacial Atlantis. Em 2003, terminada sua missão, ela se chocou de forma planejada contra Júpiter.
Um dos resultados mais significativos da missão foi a inferência de um oceano salgado abaixo da superfície, cobrindo toda a lua - algo como 160 km de profundidade, com uma cobertura entre 10 e 30 km de gelo. Se aqueles cálculos estiverem corretos, há mais água em Europa do que em todos os oceanos da Terra.
Entretanto, dada sua distância do Sol, a superfície do oceano seria completamente congelada - os cientistas falam em uma camada de gelo com dezenas de quilômetros de espessura.
Isso desanimou os cientistas que buscam sinais de vida fora da Terra.
Mas se os novos cálculos estiverem corretos, um corpo de água em estado líquido coloca Europa novamente na agenda dos astrobiólogos, ainda que os lagos estejam a cerca de três quilômetros de profundidade, abaixo da camada de gelo.
NASA anuncia descoberta de Grandes Lagos em lua de Júpiter
A melhor explicação para as estranhas formações na superfície da Lua são estruturas de gelo. [Imagem: NASA/Ted Stryk]
Coincidências para a vida
"Entretanto, cientistas ao redor do mundo vão querer dar uma olhada de perto nesta análise e revisar os dados antes que possamos avaliar completamente as implicações desses resultados," afirmou Mary Voytek, diretora do programa de astrobiologia da NASA.
De fato, as conclusões deste novo estudo são altamente especulativas porque se baseiam na inferência anterior de que existiria um oceano abaixo da camada de gelo de Europa.
Não existe nenhuma comprovação deste oceano, o que deverá ser objeto de uma futura missão, eventualmente com uma sonda para perfurar o gelo.
Os pesquisadores identificaram duas saliências ligeiramente circulares sobre a superfície de Europa, chamada de terrenos caóticos.
Baseando-se em processos similares observados na Terra - em plataformas de gelo e sob as geleiras sobre áreas vulcânicas - eles desenvolveram um modelo de quatro etapas para explicar como esse terreno poderia ter-se formado.
O modelo resolve várias observações conflitantes - algumas sugerem que a camada de oceano é fina, outras sugerem que a camada é grossa.
O modelo propõe que as características caóticas na superfície de Europa podem ser formadas por mecanismos que envolvem uma inter-relação íntima entre a camada de gelo e a água de subsuperfície.
Isso criaria um mecanismo para transferir energia - e eventualmente nutrientes - entre a superfície e o presumido oceano abaixo - o que por sua vez aumenta o potencial para a existência de formas de vida na lua.
Bibliografia:

Active formation of ‘chaos terrain’ over shallow subsurface water on Europa
B. E. Schmidt, D. D. Blankenship, G. W. Patterson, P. M. Schenk
Nature
16 November 2011
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nature10608